As “Confissões” é um livro autobiográfico escrito por Agostinho de Hipona, um dos mais importantes pensadores cristãos da história, entre os anos 397 e 400. Nele, Agostinho relata sua vida desde a infância até o momento em que se converteu ao cristianismo.
Na primeira parte do livro, Agostinho faz uma análise crítica de sua juventude, marcada pelo pecado e pelo afastamento da religião. Ele descreve sua busca por prazeres mundanos, seu envolvimento com a retórica e a filosofia, e sua relação com a mãe, Santa Mônica, que sempre o incentivou a se converter.
Na segunda parte do livro, Agostinho descreve sua conversão ao cristianismo. Ele relata como se sentiu tocado pela leitura dos escritos de Santo Ambrósio, bispo de Milão, e como teve uma experiência mística em que ouviu a voz de Deus. A partir daí, Agostinho se dedica ao estudo da Bíblia e à vida monástica, tornando-se um dos mais importantes teólogos e filósofos da Igreja Católica.
Além de sua importância religiosa, as “Confissões” também são consideradas uma obra fundamental para a literatura ocidental, pela sua honestidade e profundidade psicológica. Agostinho reflete sobre questões universais, como o livre-arbítrio, o tempo, a memória e a natureza de Deus, e sua escrita influenciou diversos pensadores ao longo da história.
Sobre o Autor
Santo Agostinho (354-430 d.C.) foi um filósofo, teólogo e escritor cristão, considerado um dos mais importantes pensadores da história do cristianismo e um dos principais influenciadores da filosofia ocidental. Ele nasceu em Tagaste, na atual Argélia, e cresceu em uma família cristã.
Agostinho estudou retórica e filosofia em Cartago e Roma, mas foi em Milão, onde conheceu o bispo Ambrósio, que ele se converteu ao cristianismo, em 386 d.C. Depois de sua conversão, Agostinho se tornou um dos principais teólogos da Igreja Católica, influenciando profundamente a doutrina cristã e a filosofia medieval.
Entre as suas principais obras estão “Confissões”, um relato autobiográfico de sua conversão, e “A Cidade de Deus”, uma reflexão sobre a relação entre a igreja e o Estado e sobre a natureza da justiça divina.
Agostinho é conhecido por suas reflexões sobre o livre-arbítrio, o mal e a natureza de Deus. Ele defendia que o livre-arbítrio é uma dádiva divina, mas que o pecado original tornou o ser humano propenso ao pecado. Agostinho também argumentava que o mal não é uma substância, mas a ausência do bem, e que Deus é uma realidade infinita e perfeita.
Além de sua importância religiosa e filosófica, Agostinho é também um dos principais escritores da Antiguidade Tardia, com uma prosa refinada e poética. Sua obra influenciou profundamente a literatura ocidental, com autores como Dante Alighieri, Tomás de Aquino e Jean-Jacques Rousseau citando suas ideias e escritos.
Santo Agostinho rogai por nós
O leitor de hoje encontra, neste livro, um pouco de si mesmo, um pouco de suas próprias “confições”.